sexta-feira, 10 de julho de 2020

domingo, 29 de maio de 2016


                                                                 Sendo

                                                                 Ser é já

                                                                   Já é

                                                                  Você

                                                                    É

                                                                  Um

                                                                   Ser.

                                                 
 Helena Soares -2016

domingo, 25 de outubro de 2015

Dor de verdade é dor de pé torcido dedo quebrado
Roxo sangue pulsando no corpo, lágrimas saindo de todos
os vasos.
Fonte brotando onde era seca jorra agora medos, vontades,
abraços, olhares...
Sentimento escondido não sabe onde para não sabe quando,
quando, quando?
Arrasta este pé que era de caminhar, põe o pé em exposição
numa galeria.
Olha! Veja estes dedos modificados, este inchaço e azulado
Carne quebrada triturada em uma só queda, tentativa de se
equilibrar.
Um só escorregão cinematográfico.
Silêncio! Alguém quer ajudar, uma infinidade de perguntas.
Não admito machucado que dói na carne.
O da alma sabe e dialoga, da carne não, esses não são de anjos.
São de demônios invisíveis que querem mesmo derrubar com
mãos de verdade.
Fazer da gente real, deste mundo de escadas, precipícios e
falsidades
Recuso! Sou forte com lágrimas e mãos que esfregam e curam.
Beijos, abraços, palavras e outras magias que acalmam sempre
que a dor chega.
Nesses momentos sou livre, porque sou forte.

De Asas que Inventei de Helena Soares

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Meu corpo

Meu corpo dança a chuva dos ventos de primavera
O tempo em neblina cisma em olhar
Um pensamento em conta-gotas se dispersa
Busco o sorriso dentro do armário
Um anjo viu minha alma sonhar e
Teve paciência.
Do livro ``Vulnerabilidade nas asas´´ de Helena Soares
Foto de H.S

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Vulnerabilidade nas Asas

 Livro + performance + leituras
Helena Soares, mulher árvore infrutescente do sertão norte-mineiro, revela-se irresistível em sonoros versos livres e prosa, repletos de poesia. O universo lúdico e cadenciado do livro é a leitura que a atriz experiente, a mulher vigorosa, a mãe de Andreza, faz da natureza, da vida que alimenta de beleza sua arte.   
 O livro  é dividido em partes que antecipam em seus títulos a proposta de viagem às experiências que a autora verbaliza com cores, gostos, cheiros e movimentos, para o deleite de quem aprecia a escolha e o bom uso da palavra.
 A observação que a atriz performer faz da vida, em suas mais simples até as mais surpreendentes manifestações, colocam a escritora em destaque no cenário da poesia moderna contemporânea.

Deusdeth Rocha
Formado em Letras pela UNIMONTES
Músico, professor de Português e Literatura Brasileira.
Foto: Helena Soares por Henrique Bocelli
  




N

“As coisas que estão para haver são demais de muitas, muito maiores, diferentes e a gente necessita de abrir a cabeça para o total”.


João Guimarães Rosa

sábado, 5 de abril de 2014

Escritas vindas de longe

2_helena_entrevista
“O existir já é uma escrita”.
  Helena Soares veio ao mundo pelas mãos de uma parteira, na zona rural de Brasília de Minas conhecida como Macaúbas, no sertão dos Gerais, “longe de tudo… um lugar encantador que ninguém conhece”. Esta filha de agricultores relembra com saudade a vida simples daqueles tempos: “A casa era grande, com portas pesadas, e tinha um terreiro branco ao redor. Minha mãe punha a gente para dormir cedo e ficava no meio do terreiro cantando, e meu pai, que era cabeça de folião, tocava e cantava junto. Eu fingia que dormia e olhava escondido pela janela. Era encantador, e a lua brilhava sob os beijos”, diz a autora, perdendo-se em outras lembranças.
 Possivelmente as sonoridades daquelas noites ecoaram como reminiscências em seus ofícios de dançarina, performer e atriz, onde o movimento e o ritmo são essenciais. “Na verdade, preciso do movimento com o corpo para funcionar bem nas coisas. Então ouço música, danço, leio em voz alta, cozinho, depois escrevo”. As letras sempre a acompanharam, enquanto mudava de cidade em cidade para estudar e encontrar outras oportunidades de expressão artística, até se estabelecer em Montes Claros, nos anos 80, onde integrou o grupo de literatura e teatro Transa Poética, participando ativamente das atividades culturais do lugar.
  Alguns anos depois ela se mudou para Belo Horizonte, com a intenção de se dedicar às artes cênicas com “a escrita sempre me acompanhando, embora tenha me dedicado mais ao estudo e prática do teatro”. Estudou no Teatro Universitário da UFMG, onde entrou em contato com intelectuais, artistas e escritores. “Um deles foi meu professor, Ítalo Mudado, um apaixonado por literatura, que me apresentou Pirandello e outros autores”, configurando suas influências nas artes poéticas e nas outras também. 
  Caracteriza seu processo na escrita como uma sucessão entre observação e acumulação, onde ideia e informações podem ficar por dias “fluindo na cabeça, tentando se organizar…”. Embora diga não ter regras definidas, observa que costuma “… escrever e ler várias vezes para ver o que acrescento e o que tenho que cortar. Escrevo no caderno a mão, rabisco, reescrevo antes de digitar, mas, mesmo depois de digitado, ainda faço modificações. Gosto da genética da escrita”. E complementa: “vivo numa interação constante com esse lugar que me cabe, às vezes sim, às vezes não. O existir já é uma escrita”.

Artes a poetrizar

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“A palavra não é só a grafia, é antes o desejo de ser, existir”
A autora, que em um de seus poemas se anuncia como poetriz, se impregna de todas as artes que pratica. Helena Soares é atriz, poeta, performer, diretora e professora de teatro, formada em artes cênicas pelo Teatro Universitário da UFMG. Esta mineira do Norte do Estado lançou Infrutescência, seu primeiro livro de poesia, em 2006. A poética desta obra foi também transformada em espetáculo teatral de mesmo nome no ano seguinte, tendo esta criação, participado de mostras e leituras poéticas: como espetáculo e como escritura.
Helena Soares é também integrante e diretora da Cia.h3 de Teatro, Poesia e Outras Liberdades, onde apresenta sua poética pessoal e sua linguagem performática. Talvez por isso a autora prefira não definir um estilo para suas obras ”Isso de definir é estranho… Sou tão mutante. Definir parece ficar”, diz, completando a observação com a certeza de que prefere “as poéticas livres”. Livre como quando criança se encantava com as letras dos pedaços rasgados de jornal onde seu pai trazia as compras vindas da cidade: “Achava bonito aquele tanto de letras juntas, inventava leituras, mas não era. Então pegava um carvão e rabiscava a parede, mas não era. Interpretava pessoas falando, mas não era. Eu queria Ser…”, inspira.

Entrevista com Helena Soares, nova autora da Editora Kazuá

 EDITORA KAZUÁ – Quando você se pegou pela primeira vez se expressando em escrita? O que você acha que a influenciou a preferir essa forma de expressão artística?
Onde eu nasci era longe de tudo. Meu pai, de vez em quando, ia a cavalo até a cidade (ele saía de manhãzinha e só chegava quase de noite) e o que comprava lá vinha embrulhado no jornal, que era jogado fora em pedaços rasgados. Eu pegava aqueles pedaços e ficava namorando as letras, tentando decifrá-las. Achava bonito aquele tanto de letras juntas, inventava leituras, mas não era. Então pegava um carvão e rabiscava a parede, mas não era.Interpretava pessoas falando, mas não era. Eu queria Ser… Achava que ser era uma coisa daquele jeito escrito, mas que também continha invenções de todas as formas; podia ser de tudo quanto é jeito, era demais expressivo: eu quero ser isto.
EK – Você nasceu onde? Vive onde? Já tinha alguém que escrevia em sua família, alguém de seus contatos?
Nasci em Macaúbas, na zona rural do Norte de Minas. Um lugar encantador que ninguém conhece. A água de lá é salobra; a de beber tinha que ir buscar longe, no lombo do burrinho, debaixo do sol quente, uma labuta. Mas era bonita a estrada de mato seco e poeira. A água era degustada com gratidão. A casa era grande, com portas pesadas e tinha um terreiro branco ao redor. Minha mãe punha a gente para dormir cedo e ficava no meio do terreiro cantando, e meu pai, que era cabeça de folião, tocava e cantava junto. Eu fingia que dormia e olhava escondido pela janela. Era encantador e a lua brilhava sob os beijos. Depois meu pai teve sorte e comprou uma fazendinha lá em Mangaí, entre Brasília de Minas e Januária. Lá passa o Córrego Carrapato, que nunca nos deixou na mão; nem que for um fiozinho de água na seca ele mantém jorrando. Um herói. Fizemos a mudança em carro de bois, em cantoria, numas estradas em que nunca tinha passado. Eu tinha 9 anos, percebia a mudança dentro e fora de mim. Outra casa, outras pessoas, outro vento, e o pé de manga coco que passou a ser meu lugar de ver e ser. Depois fui morar em Angicos de Minas (um povoado) para estudar. Primeiro fiquei na casa de minha avó, gostava de ir catar algodão com minhas tias; depois fui morar na casa de um primo e tudo ficou sem sentido. Minha mãe me ouviu e me levou para morar em Brasília de Minas com minhas irmãs, também para estudar. Tudo novo. Eu tinha vergonha, a cidade me oprimia, tudo era meio proibido; ter muitos modos, respeitos, deveres sem direitos a quase nada. Na biblioteca da escola nem todos entravam. As salas eram divididas por letras que determinavam classes sociais aceitas ou não: A – os riquinhos filhos de Dr. Fulano; B – os pobres que eram mais ou menos inteligentes e tinham notas boas e; C – os pobres coitados que vinham da zona rural e das periferias. Eu pensava muito desde pequena e sofria com injustiças. Ficava muito angustiada e escrevia; era um desabafo que logo era rasgado e jogado fora. Com o tempo me acostumei e ganhei a cidade com minha simpatia de sorriso largo. Entrei para o grupo de jovens, comecei a fazer teatro com José Edward e Ricardo César e montamos um grupo que encenava peças escritas e dirigidas por José Edward. Começamos a fazer eventos culturais na concha acústica uma vez por mês, onde tinha teatro, música, feira de artesanato e muitos amigos. Desse movimento cultural saiu uma coletânea da qual participei com um poema ingênuo. A cidade estava pequena, eu precisava seguir e fui para Montes Claros. No Conservatório Lorenzo Fernandes, fazendo educação artística, comecei a ter aulas de teatro com Liana Menezes. Ela me colocou em contato com os escritores Caio Fernando Abreu, Hilda Hilst, Pina Bausch(bailarina). Entrei para o grupo de teatro Diga que não me conhece e montamos “Hoje é dia de Rock”, de José Vicente, na qual eu fazia a sonhadora Izabel e  “Os filhos de Kenedy”, na qualeu fazia a hippie, com direção de João Batista Costa.Mudamos a estética teatral de Montes Claros. Quando houve um esvaziamento, fui para o grupo de teatro e literatura Transa Poética. Encontrávamos-nos para fazer trabalhos corporais de yoga, ministrados por Renilson Durães, ler poesias de grandes poetas contemporâneos ou não, e a proposta era cada um trazer seus escritos e ler para os outros. Assim, comecei a ter coragem de mostrar meus escritos fui lapidando, me soltando, gostando e escrevendo cada vez mais. Ali, daquele grupo, surgiu o Psiu Poético, um festival de poesia que nos aproximava e alimentava de possibilidades com experimentos, exposições de poesias no salão, onde eram lidas, trocas com outros artistas, poetas e a comunidade. Depois fui estudar teatro em Belo Horizonte, no Teatro Universitário da UFMG, onde entrei em contato com intelectuais, artistas, escritores, um deles foi meu professor Ítalo Mudado, um apaixonado por literatura, que me apresentou Pirandello e outros autores. Então minhas influências foram se configurando e assim continuam, não só na poesia, mas em todas as artes. Meu pai estudou com professor particular, tem uma letra linda e sempre nos incentivou a estudar. Minha mãe gosta de ler e contar histórias; sempre reclamou que não tinha terminado o colegial porque os pais dela ficaram doentes e ela teve que cuidar deles. Sim, eles me incentivaram. Eu queria vencer o desafio do semianalfabetismo.
EK – O que te inspira e te impulsiona a escrever?
 A vida, a natureza do existir, as coisas, as cores, os objetos, o movimento, a respiração.Está tudo diante de nós, na nossa cara, e ainda se transforma o tempo todo para ficar menos monótono. Vivo numa interação constante com este lugar que me cabe, às vezes sim, às vezes não. O existir já é uma escrita. Quando escuto, engulo alimento que interage com outras experiências, minhas e de outros, para uma escrita em diálogo permanente com o cosmos.
EK – Como você define o seu estilo de escrita?
 Isso de definir é estranho.Sou tão mutante; definir parece ficar. Gosto de ser flexível, água corrente… Mas penso em poéticas livres.
EK – E seu processo de escrita? Tem horário certo ou não, anda com caderninho no bolso, como funciona isso?
 Vou acumulando, como faz a Trisha Brown (bailarina). Às vezes acontece de ficar por dias com várias informações observadas fluindo na cabeça, tentando organizar; às vezes acontece uma emergência e anoto.Não tenho regras definidas.O processo é de observação e acumulação mesmo. Depois, escrever e ler várias vezes para ver o que acrescento e o que tenho que cortar. Escrevo no caderno a mão, rabisco, reescrevo antes de digitar, mas mesmo depois de digitado ainda faço modificações. Gosto da genética da escrita.
EK – Quais autores a instigam e a inspiram na hora de escrever? Quais autores você lê? Outras artes, além da literatura, te inspiram para escrever?
 Na queda se cata o que se pode; o que fica é aquilo que te impulsiona, te possui, fortalece.Eu lia assim, o que me emprestavam, o que estava disponível naquele momento, e numa dessas caiu em minhas mãos o Admirável Mundo Novo, do Aldous Huxley; Eu, de Augusto dos Anjos;Soroco, sua mãe, sua filha, de Guimarães Rosa, e esses livros todos que se lia na escola.
Todas as outras artes me inspiram para escrever quando me tocam no fundo da alma, o teatro, a música, as artes plásticas, o cinema em especial me deixa de cabeça para baixo.
Os autores que gosto e me fortalecem são Clarisse Lispector, Artaud, Gorki, Plínio Marcos, Nelson Rodrigues, Mário Quintana, Cora Coralina, Wilmar Silva, José Inácio, Marli Froes, Laís Eveline, Cecília Meireles, Shakespeare, Anton Tchecov, Pirandello, Manuel de Barros etc.
EK – O que os leitores podem encontrar no teu livro? Do que ele trata?
 Este livro é uma reunião de textos como se fossem vários livros dentro de um só; ele é um desejo de expandir sentidos por meio da palavra, que ao ser lida, modifica-se pelo poder das experiências pessoais. O leitor vai se identificar com aquilo que nos é comum: a vida e a morte.
EK – O que te atraiu no trabalho da Editora Kazuá para você publicar seu livro conosco?
 Foi o contato direto, o fato de ter me ligado para conversar, querer pensar e estudar a obra e o escritor antes de publicar. Esse cuidado com o autor e sua obra nos coloca num lugar sensível e confortável, visto que as vulnerabilidades são muitas.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Um dia daqueles!
Este era um dia daqueles que se acorda e não se quer levantar , quando levanta, tudo parece ter parado, sabe-se que há compromissos. A lentidão é tanta (os detalhes) que quando se percebe já se passaram 15min só na escovação diante do espelho.
Tinha marcado dermatologista, era dia de avaliar o exame da biópsia, e ver o que poderia ser feito com aquela indesejada mancha de sol que a deixava deprimida ao olhar no espelho.
Já estava atrasada. Mas os detalhes lhe chamavam atenção: um pano dependurado no prédio em reforma lembrava um navio pirata dos filmes de aventura, uma curva do prédio de Niemayer era um piano, uma música que saia de um restaurante, as cores, as pessoas, tudo parecia estar em 3D, e estava, porque a vida é 3D, nós é que não percebemos, mas sim, tem dia que a vida se encarrega de nos colocar neste lugar de pertencimento.
Tinha que andar mais de pressa, a rua era numa estrutura elevada, uma subida íngreme, teve que se esforçar mais um pouco, estava suando e com a respiração um pouco ofegante, o sol estava quente, esgueirou- se para o lado direito onde tinha uma árvore com sombra, foi quando olhou para o chão e viu um beija flor, seu movimento era mínimo com uma respiração fraquinha, pegou-o nas mãos, soprou devagarinho, conversou com ele levando-o ao rosto. Falou baixinho: vai ficar tudo bem. Mas não sabia ainda o que fazer, pensou mil coisas em instantes, o médico que não podia perder, o livro na editora, a filha de férias na casa da avó, a vida sem ajuste, a demora nas respostas, a visita a amiga que estava com câncer, como aquilo tinha mexido com seu modo de sentir o mundo, e mais, em fração de segundos, com aquele serzinho em respiração quase finda. O que será? Um desmaio, um mal estar, um descuido de um beija flor no meio da cidade?  Deu um giro em volta de si mesmo, saiu andando para trás, viu um bar. Foi entrando com as duas mãos em concha sentindo o calorzinho do corpo do beija flor desfalecido, foi aí que apareceram três crianças. Ela: Um beija flor, preciso cuidar dele. Logo um moço que estava no balcão veio já com um pouquinho de água, colocou na cabecinha dele.   Agora eram cinco cabeças voltadas para a mão em concha, ele respirava levinho e movimentava a asinha: será que ele vai ficar bem, eu tenho médico, estou atrasada, achei-o ali no chão e queria que cuidassem dele. Ele: sim vamos cuidar, depois a gente solta, as crianças ao redor só riam e olhavam admiradas. Ele: pode ir tranquila.
As crianças estenderam as mãos, ela colocou o beija flor e saiu apressada, sem pensar mais nada até chegar bem atrasada no dermatologista. Quando tudo terminou fez o mesmo caminho de volta, até o local do acontecido. Para sua surpresa estava fechado. Tinha gravado aquela cor da porta, era azul celeste, estranhou ao encontrar uma porta alaranjada. Ficou reproduzindo os movimentos, as imagens, as vozes, os olhares, se lembrou de uma coisa, o moço que estava no balcão que veio com um pouquinho de água tinha dito: sim vamos cuidar, depois a gente solta aqui no bosque, ele vai ficar bem.
Foi ao lado perguntar,  disseram que estava fechado há muito tempo, ela disse que não, que  tinha estado lá naquela manhã, contou o caso do beija flor, das crianças... Ficaram olhando desconfiados.
- Aqui não pode ter sido moça.
Ela saiu meio zonza, em direção a sua casa, precisava ler, botar as pernas para cima, depois dormir mais um pouco, foi o que fez.
Daquele dia em diante ela passava sempre neste local e estava lá a porta fechada. Até hoje ela pensa no beija flor, naquelas crianças e aquele moço generoso. Para onde será que eles voaram com seu pequeno beija flor?

Helena Soares - 28/01/2014
Cia.h3